Em uma eleição emocionante e cheia de nuances, Eder Azevedo Magalhães (PSC) saiu vencedor do pleito municipal, somando um total de 8.696 votos, o que representa 41,48% dos votos válidos. Nenhum outro prefeito eleito de Muaná já havia alcançado tais números.
Biri Magalhães, como é conhecido no município, é o atual prefeito de Muaná, tendo ascendido ao cargo após o afastamento de Murilo Guimarães, prefeito eleito em 2016 na chapa que tinha Biri como vice. Ao vencer o pleito do último domingo (15/11), Biri terá mais quatro anos a frente do executivo municipal.
A
principal adversária de Biri nestas eleições foi a candidata do Republicanos,
Irá Pimenta, que terminou em segundo lugar, angariando 8.076 votos, 38,52%,
saindo derrotada pela quarta vez consecutiva em uma eleição para a Prefeitura
de Muaná. Os demais candidatos foram Rogers Cunha, do MDB, que conseguiu 2.364
votos, (11,28%) e o estreante Vilson Osni, do AVANTE, que recebeu 1.829 votos
(8,72%).
Biri
nasceu em Muaná em 18 de janeiro de 1970, filho do conhecido empresário
Francisco Magalhães, um dos homens mais ricos de Muaná. Seu pai ostenta também
uma longa carreira na política, tendo sido vereador por alguns mandatos e
vice-prefeito enquanto Ortência Guimarães era prefeita; em 2004 se candidatou à
Prefeitura, tendo sido derrotado por Raimundo Cunha, o Serrote. A carreira
política de Biri começou em 2012, quando se candidatou ao cargo de vereador,
tendo terminado como o mais votado ao alcançar a marca de 1.053 votos, sendo
até hoje o segundo vereador mais bem votado da história de Muaná (o primeiro é
Jorge da Costa Valente, o Bola, que em 2008 recebeu 1.056 votos).
Tendo
sido eleito como aliado de Cidinho Palmeira, do PMDB, que foi o candidato
derrotado em 2012, Biri logo tratou de aliar ao prefeito eleito, Murilo
Guimarães, firmando uma aliança que culminaria na chapa formada pelos dois para
o pleito de 2016, sendo Murilo titular e Biri o vice. A aliança, entretanto,
durou pouco. Quando se deu início à maior crise política da história de Muaná,
com sucessivos afastamentos e reconduções de Murilo ao cargo, os dois romperam
e iniciaram uma guerra política, jurídica e de difamações. Guerra que pelo que
tudo indica foi vendida por Biri, tendo em vista que é ele que está no cargo
atualmente.
Para
2020 a candidatura de Biri era quase certa. Afinal, ele tinha conquistado as
graças de boa parte do eleitorado insatisfeito com o governo de Murilo, e assim
se sucedeu. O escolhido para ser vice foi Aluizio Barbosa, e como base de apoio
nomes de peso na política muanense como Guilherme Kalif, Gilmar Nunes, Caco
Teixeira, Jean Randel, etc. A principal adversária desde o início ficou claro
que seria Irá Pimenta, afinal ela tinha firmado alianças de peso e tinha ao seu
lado uma poderosa e barulhenta máquina de campanha. Foi o que aconteceu.
O
outro grupo que poderia oferecer perigo (só poderia, mas não ofereceu) era o
grupo do 15, que, para 2020, firmou uma polêmica e impopular aliança com o
grupo dos Guimarães. Talvez essa aliança tenha sido o motivo para tantos
dissidentes que aderiram ao grupo de Biri ou de Irá.
Na
Câmara dos Vereadores, a coligação à qual Biri faz parte elegeu 5
representantes, contra 4 do grupo da Irá, 3 do grupo de Rogers e 1 do de
Vilson.