quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Com 8.696 votos, Biri Magalhães é eleito Prefeito de Muaná


 

Em uma eleição emocionante e cheia de nuances, Eder Azevedo Magalhães (PSC) saiu vencedor do pleito municipal, somando um total de 8.696 votos, o que representa 41,48% dos votos válidos. Nenhum outro prefeito eleito de Muaná já havia alcançado tais números.

Biri Magalhães, como é conhecido no município, é o atual prefeito de Muaná, tendo ascendido ao cargo após o afastamento de Murilo Guimarães, prefeito eleito em 2016 na chapa que tinha Biri como vice. Ao vencer o pleito do último domingo (15/11), Biri terá mais quatro anos a frente do executivo municipal.

A principal adversária de Biri nestas eleições foi a candidata do Republicanos, Irá Pimenta, que terminou em segundo lugar, angariando 8.076 votos, 38,52%, saindo derrotada pela quarta vez consecutiva em uma eleição para a Prefeitura de Muaná. Os demais candidatos foram Rogers Cunha, do MDB, que conseguiu 2.364 votos, (11,28%) e o estreante Vilson Osni, do AVANTE, que recebeu 1.829 votos (8,72%).

Biri nasceu em Muaná em 18 de janeiro de 1970, filho do conhecido empresário Francisco Magalhães, um dos homens mais ricos de Muaná. Seu pai ostenta também uma longa carreira na política, tendo sido vereador por alguns mandatos e vice-prefeito enquanto Ortência Guimarães era prefeita; em 2004 se candidatou à Prefeitura, tendo sido derrotado por Raimundo Cunha, o Serrote. A carreira política de Biri começou em 2012, quando se candidatou ao cargo de vereador, tendo terminado como o mais votado ao alcançar a marca de 1.053 votos, sendo até hoje o segundo vereador mais bem votado da história de Muaná (o primeiro é Jorge da Costa Valente, o Bola, que em 2008 recebeu 1.056 votos).

Tendo sido eleito como aliado de Cidinho Palmeira, do PMDB, que foi o candidato derrotado em 2012, Biri logo tratou de aliar ao prefeito eleito, Murilo Guimarães, firmando uma aliança que culminaria na chapa formada pelos dois para o pleito de 2016, sendo Murilo titular e Biri o vice. A aliança, entretanto, durou pouco. Quando se deu início à maior crise política da história de Muaná, com sucessivos afastamentos e reconduções de Murilo ao cargo, os dois romperam e iniciaram uma guerra política, jurídica e de difamações. Guerra que pelo que tudo indica foi vendida por Biri, tendo em vista que é ele que está no cargo atualmente.

Para 2020 a candidatura de Biri era quase certa. Afinal, ele tinha conquistado as graças de boa parte do eleitorado insatisfeito com o governo de Murilo, e assim se sucedeu. O escolhido para ser vice foi Aluizio Barbosa, e como base de apoio nomes de peso na política muanense como Guilherme Kalif, Gilmar Nunes, Caco Teixeira, Jean Randel, etc. A principal adversária desde o início ficou claro que seria Irá Pimenta, afinal ela tinha firmado alianças de peso e tinha ao seu lado uma poderosa e barulhenta máquina de campanha. Foi o que aconteceu.

O outro grupo que poderia oferecer perigo (só poderia, mas não ofereceu) era o grupo do 15, que, para 2020, firmou uma polêmica e impopular aliança com o grupo dos Guimarães. Talvez essa aliança tenha sido o motivo para tantos dissidentes que aderiram ao grupo de Biri ou de Irá.

Na Câmara dos Vereadores, a coligação à qual Biri faz parte elegeu 5 representantes, contra 4 do grupo da Irá, 3 do grupo de Rogers e 1 do de Vilson.

domingo, 18 de outubro de 2020

É Círio de Nazaré em Muaná

 


Grande número de católicos saiu às ruas de Muaná em seus veículos para participar da carreata em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré no último dia 18 de outubro, terceiro domingo mês.

O Círio de Muaná acontece tradicionalmente um domingo após o Círio de Belém e é a maior festa religiosa do município, reunindo fiéis da cidade, do interior, de Belém e de outras cidades. Fieis que se reúnem para prestar suas homenagens ao título mariano mais popular do norte do Brasil.

Devido às orientações sanitárias relacionadas ao Coronavírus, o Círio 2020 teve que ser pensado em vista de não infringir essas orientações, por isso não foi realizada a procissão que todo ano acontece, como a imagem e o povo saindo do porto Mocajatuba e percorrendo algumas ruas de Muaná até chegar ao Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, prédio que se destaca na paisagem muanense pela arquitetura peculiar.

Terminada a carreata, deu-se início a uma missa presidida pelo bispo Dom Teodoro Mendes Tavares, nascido em Cabo Verde, país da África e que tem o português como idioma. Dom Teodoro é bispo de Ponta de Pedras, diocese que abrange a paróquia de Muaná.

Após as missas, os organizadores da festividade estarão sempre vendendo comidas típicas, em vista de angariar fundos para o Santuário Diocesano.

domingo, 11 de outubro de 2020

O cenário político-eleitoral 2020 em Muaná

 


2020 está sendo um ano muito estranho. O mundo inteiro se viu diante da avassaladora pandemia do Coronavírus, que mudou radicalmente o cotidiano de todos. 2020 também é ano de eleições municipais, em que os brasileiros saem às urnas para eleger os seus prefeitos e vereadores. Em MUANÁ, por volta do mês de agosto, o cenário eleitoral estava formado, e com algumas novidades importantes.

Nas últimas eleições em Muaná, estavam consolidados três grandes grupos políticos, que disputavam as eleições para prefeito com chances reais. Algumas vezes apareciam outros candidatos, mas que sempre corriam por fora e recebiam votações inexpressivas. Pois bem, para melhor descrever esses grupos é melhor classifica-los por cores  e não por partidos. Esses grupos são: o azul, o amarelo e o vermelho.

O azul foi representado nas ultimas quatro eleições pelo PMDB (hoje MDB), cuja liderança está com a família Cunha. Em 2004 e 2008, Raimundo Cunha, o Serrote, venceu as eleições para prefeito por esse grupo; em 2012, alguém de fora da família Cunha, o então vereador Cidinho Palmeira, disputou a eleição para prefeito e  terminou em segundo lugar; em 2015, o filho do Serrote, Rogers Cunha, foi lançado candidato a prefeito pelo grupo, e terminou em terceiro lugar.

O outro grupo é o amarelo. Em 2004, foi lançado candidato por esse grupo o então vice-prefeito de Muaná, Francisco Magalhães, conhecido comerciante muanense e um dos homens mais ricos do município, que concorria pelo PSDB. Magalhães era vice no mandato de Ortência Guimarães, matriarca da influente família, que terminava seu segundo mandato como prefeita. Magalhães perdeu a eleição para Serrote, seu cunhado. Em 2008, o grupo amarelo, agora mais identificado com o PR (atual PL), lançou alguém da própria família Guimarães, Sérgio Murilo, formado em ciência política e que já havia sido secretário de educação na gestão de sua mãe. Como vice, Murilo tinha Arlindo Marques, o impopular presidente da Colónia dos Pescadores. Foi um fracasso. A chapa terminou em terceiro lugar com pouco mais de 3 mil votos. Em 2012, Murilo fez importantes alianças e ganhou a eleição, fazendo a prefeitura voltar para a prefeitura voltar para as mãos dos Guimarães depois de 8 anos. Em 2016, vivemos a eleição mais acirrada da história em Muaná, com Murilo conseguindo a reeleição por nove votos de diferença em relação à segunda colocada.

O grupo vermelho era o PT, que desde sua fundação em Muaná era uma força pulsante, mas que não conseguia alcançar o cargo máximo do município. Em 2004, o grupo apostou no nome de Ataíde Lobato, conhecido nome da esquerda muanense. Terminou em terceiro lugar. Em 2008, foi lançada como candidata a professora e então vereadora Iranilda Pimenta, que conseguiu passar pra trás os Guimarães e terminar em segundo lugar. Em 2012, mais uma vez é lançado o nome de Irá, tendo como vice o então pároco da Paróquia São Francisco de Paula, Pe. Mateus; a chapa terminou em terceiro lugar. Em 2016, o cenário mudou significativamente: Irá saiu do PT e se filiou ao PRB (hoje Republicanos). Isso foi um baque mais para o PT, que praticamente morreu em Muaná, deixando de ser um protagonista e se tornando um mero coadjuvante sem expressão. Nesse ano, Irá perdeu a eleição por nove votos. Passou raspando.

Feito esse breve retrospecto sobre os três grupos que dominaram a política muanense até 2016, vamos apresentar o novo cenário com os candidatos de 2020, pois a configuração mudou e mudou muito. Vamos apresentar cada chapa:

Biri Magalhães- PSC/20 (coligação com PT, PROS e PSB. Vice: Aluizio)







A história de Éder (Biri) Magalhães na política é interessante. Filho ex-vice-prefeito Magalhães, Biri se lançou como candidato a vereador em 2012 e foi o mais votado daquele pleito, com 1053 votos. Nessa eleição era aliado do grupo do azul, mas como este perdeu, Biri logo tratou de se aliar ao grupo ganhador, do Murilo. Assim começou a “história de amor” entre os dois, que resolveu na chapa que disputou a eleição em 2016, com Biri sendo vice. Com a vitória da chapa, após um ano de governo, deu-se início à maior crise política da história de Muaná, com o rompimento entre Biri e Murilo (acabou o amor) e constantes revezamentos entre os dois no cargo de prefeito. Quando assumia o cargo, Biri formava seu gabinete com pessoas ligadas ao grupo azul e ao grupo vermelho, conseguindo apoiadores para si.

Em 2020, Biri estava forte politicamente. Com algumas ações a frente da prefeitura, conquistou a simpatia de muitos populares. A candidatura era inevitável e foi o que aconteceu. Ele não estava por nenhum dos tradicionais grupos. Formava uma chapa nova, tendo como apoiadores principalmente pessoas advindas do vermelho e do azul.

Irá Pimenta- Republicanos/10 (coligação com PSD e Progressistas. Vice: Bruno do Salmista)






Irá Pimenta está disputando pela quarta vez a eleição para a prefeitura de Muaná. Seu nome foi o mais forte do PT enquanto esteve no partido. Quando saiu, deixou o partido sem um nome de expressão. Em meados de agosto deste ano, foi tornada pública sua aliança com o vereador Bruno Nunes, o Bruno do Salmista. Essa aliança daria novos rumos para as eleições, pois com Bruno vieram nomes que até então eram alinhadas com o grupo do Murilo como Ronny Brabo, Heider Nunes, Marinho Gouvea, Sargento Bentes, etc. Irá, que antes era vermelha, desde 2016 é verde; que antes era 13, desde 2016 é 10.

Além de trazer para seu lado lideranças expressivas que eram do lado do Murilo, Irá conta com o apoio de dois dos maiores empresários de Muaná: Sabá Pimenta, nome importante do ramo do açaí, imóveis e navegação; e Chamundo Nunes, dono das empresas Salmista, líder em navegação e importante no comércio.

Rogers Cunha- MDB/15 (coligação com o PL e DEM. Vice: Isaac Nogueira)







Certamente esta é a chapa mais polêmica dessas eleições. E porque polêmica? Porque nas eleições passadas os grupos amarelo e azul travavam verdadeiras batalhas pelo voto, com acusações públicas e competitividade a flor da pele. E em 2020, eles simplesmente... se aliam, com direito a Serrote e Murilo entrando quase abraçados na convenção partidária.

O principal motivo para a aliança é que os dois grupos estavam muito enfraquecidos. O MDB viu muitos apoiadores irem para o lado do Biri. Murilo viu muitos dos seus migrarem para o lado da Irá. Além do mais, toda a crise política e as mudanças constantes de prefeito, somadas ás acusações de corrupção degastaram fortemente a imagem de Murilo. E tem outra coisa: Rogers não é Serrote. Apesar de ser o filho que Serrote escolheu para o substituir, Rogers não tem o carisma político, a lábia e a habilidade do Pai, não consegue se sustentar sozinho. Impossibilitado de se lançar como candidato, Murilo não tinha um nome forte no seu grupo, tinha apenas nomes medianos como Isaac, Kewin, Cláudio Jr., Guilherme Cobel. Se os dois grupos lançassem candidaturas separadas, poderiam perder feio e vergonhosamente. Veio a aliança. Aliança que deixou muitos boquiabertos. O fato é que a chapa conjunta ganhou um pouco mais de competitividade e fôlego e DINHEIRO.
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Então, o espectro político partidário tradicional muanense foi completamente desfigurado, com o surgimento de grupos novos, dinâmicos, com o intercâmbio de lideranças entre os grupos.

Como dito anteriormente, as candidaturas que surgiam fora do grupo dos três grandes sempre corriam por fora. Em 2020, porém, surge uma quarta candidatura que merece atenção.

Vilson Osni- Avante/70 (coligação com Podemos e Patriotas. Vice: João Bosco)












Natural de Santa Catarina e morador de Muaná há 13 anos, Vilson veio para nossa cidade com o objetivo de comandar a Inamarú Alimentos, maior empregadora privada do município. Com uma destacada administração, conseguiu resultados positivos pela fábrica. Após uma aliança com João Bosco (que havia se lançado a prefeito na eleição passada), Vilson decidiu se lançar em uma empreitada nova. Com propostas ousadas, visando descentralizar a geração de emprego por parte do poder público, Vilson tem investido pesado na campanha, tanto através do marketing nas redes sociais, quanto com as visitas pelo interior. Sua chapa tem vários candidatos a vereador, inclusive contando com o apoio do representante da tradicional família Pires (do finado Rubens Pires. Será que Vilson consegue um resultado expressivo.
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Essa é a análise do atual cenário político-eleitoral muanense, sob responsabilidade única do autor do texto. Aberto a comentários...